Uma vez incluso no universo de facilidades que a internet oferece: como renunciar? E quanto ao cinema? Ah! Um simplicidade maior que a outra quando o assunto é entretenimento. Se escolhe filme basta aconchegar-se em poltronas confortáveis e assistir. Caso prefira a internet aí então que quase tudo fica simples e acessível. Há uma infinidade de sites com conteúdos audiovisuais, jogos online e distrações afins.
A pergunta, contudo: até onde as facilidades oferecidas pela tecnologia, a alta definição dos meios chamados quentes e suas especializadas formas de diversão são positivas para a sociedade? McLuhan já especulou, discutiu e pontuou a respeito. Um produto de meio quente inserido em uma sociedade baseada em participação, expressão/indagações humanas, troca de informação através da oralidade (cultura fria) provoca conflitos.
Re-lembrando palavras de McLuhan, no que tange ao desabamento do mundo dos letrados, é possível exemplificar a crise do meio quente versus sociedade fria. A inserção de tecnologia (cinema, por exemplo) em uma sociedade fria acostumada a leitura e/ou oralidade desnorteia o povo quanto as suas tradições.
Margaret Mead explica muito bem essa questão: "Muito se lamenta o fato de a sociedade ter de mudar depressa demais para acompanhar a máquina. Há uma grande vantagem em caminhar rápido se você caminha de maneira completa, se as mudanças sociais, educacionais e de recreação estejam de passos acertados. Necessário se torna mudar toda a estrutura de uma vez e todo o grupo junto - e as próprias pessoas devem decidir-se a mudar".
Quer dizer: a tecnologia tem suas inegáveis vantagens no que tange ao avanço da ciência, melhoria nos transportes, intercâmbio de informação, ofertas diversas de entretenimento: inúmeros avanços na qualidade de vida humana. Mas depende onde essa tecnologia é implantada e como ela é inserida.
Em virtude dessa discussão é possível até especular que há diferenças entre um jovem adolescente habituado durante anos a uma sociedade que lê pra informar-se, entreter-se e modificar-se e um adolescente incluso em uma sociedade "quente" com larga oferta de produtos oriundos de meios quentes. A rotina, a saúde, a relação familiar/social, a vida acadêmica e o futuro ingresso no mercado de trabalho: muita coisa é diferente entre esses jovens quando o assunto é inclusão ou exclusão de mecanização, uniformidade e intensa especialização. Sem o mito de que são realidade quase paralelas de tão distintas cabe dizer, porém que misturar ambas as sociedades e mesclar seus hábitos pede cautela e tempo afim de não provocar os desacertos mencionados por Margaret Mead.
A. Moreno
A. Moreno
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